Ementa
A circulação de artistas e intelectuais tem sido uma prática recorrente, sobretudo a partir do século XVIII, quando se instituiu o Grand Tour – viagem aristocrática pelo continente europeu, associada à cultura, ao lazer e à educação dos sentidos. No mesmo século, o exercício do deslocamento de homens e ideias foi complementado pelas viagens de caráter científico, econômico ou político, empreendidas em direção a cantos mais distantes do planeta. Ao longo do século XIX, essas viagens desempenharam um papel fundamental no sentido de construir representações dos locais visitados e/ou explorados, refletindo as diferentes maneiras de apropriação da realidade e formulação de discursos a seu respeito.
De todas essas experiências resultou uma variada produção. Textos e imagens traduzem o confronto entre a bagagem intelectual e emocional trazida pelos viajantes e os efeitos do impacto causado pela diversidade dos encontros. A educação – da mente e dos sentidos – acontecia, portanto, em via dupla, reconfigurando as certezas tanto daquele que viajava quanto daquele que o recebia.
Este GT está aberto a trabalhos que discutam aspectos relacionados à temática acima, em especial estudos que analisem a produção iconográfica e/ou textual resultante das experiências de viagem durante os séculos XVIII e XIX. Preocupa-nos, sobretudo, que as propostas estejam articuladas em torno da intenção de explorar tais documentos enquanto representações, plenas de significados para a construção de uma memória dos lugares e para a história dos contatos culturais entre diferentes sociedades.
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