VIII Seminário Nacional do Centro de Memória – Unicamp

Oficina 2: Arte Sacra: princípios de iconografia e documentação de acervos

Entre as manifestações artísticas, a arte produzida e influenciada pelo catolicismo configura-se como uma das mais plurais e longevas ao longo da história, desenvolvida em um entrelaçamento dinâmico entre a ortodoxia da fé e a vivência dos fieis. Sempre com o desejo de servir ao culto ou mesmo às demandas devocionais das comunidades, compôs-se um vasto conjunto de bens culturais, testemunho vivo da capacidade da população civil de se organizar, neste caso para honrar um santo de devoção por meio de técnicas, aparatos simbólicos e produções culturais. Estes bens, presentes na forma de imaginária, alfaias litúrgicas, pratarias, têxteis, mobiliários, documentos manuscritos e impressos, fotografias, pinturas, jornais e periódicos, entre outros, dialogam não só com a história do catolicismo em um local ou região, mas com a história do Brasil de um modo geral, o que, por si só, justifica a sua preservação. Preservação esta que se mantém em suspensão delicada: criar uma memória da Igreja sem, no entanto, incorrer na tirania da ideia.

Com o objetivo de propor formas de valorização destes acervos localizados tanto em espaços de culto, tais como em igrejas, catedrais, santuários e capelas, quanto em outras instituições, como museus, esta oficina oferece uma abordagem inicial à leitura das obras de arte sacra e apresenta métodos de inventariação destes documentos.

Procura-se, desta forma, inserir os interessados nos seguintes tópicos:

– A arte sacra na história do catolicismo e suas formas de preservação, tanto pela própria Igreja quanto por outros órgãos gestores;

– Arte Sacra e Arte Religiosa: uma definição possível?;

– O culto católico e a identificação de seus objetos: imaginária, prataria e ourivesaria, têxtil e mobiliário;

– Temas e formas de leitura iconográfica das peças,

– Formas de registro do patrimônio cultural sacro.

 

Bibliografia

BARRANTES, Paula Elizabeth de M. Catalogação do acervo artístico da Catedral Metropolitana de Campinas: pinturas, esculturas, talha e detalhes arquitetônicos de 1840 a 1923. 2015. Mestrado (História da Arte) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.

BERTO, João Paulo. “As especificidades das Bibliotecas e Arquivos eclesiásticos no Brasil: apontamentos históricos para uma política de gestão integrada”. História e-História, Campinas, SP: Revista Eletrônica do Grupo de Pesquisa e Arqueologia Histórica da UNICAMP, março de 2012. Acesso em http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=alunos&id=429#_ednref7.

CÂNDIDO, Maria Inês. “Documentação Museológica”. in Caderno de diretrizes museológicas. Belo Horizonte: Secretaria de Estado da Cultura / Superintendência de Museus, 2006.

COMISSÃO PONTIFÍCIA PARA OS BENS CULTURAIS DA IGREJA. Carta Circular sobre “Inventário dos Bens Culturais dos Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica: Algumas Orientações Práticas”. (15/09/2006).

____________________. Carta Circular ” Necessidade e urgência da inventariação e catalogação dos bens culturais da Igreja “. (08/12/1999).

FERREZ, Helena Dodd; BIANCHINI, Maria Helena S. Manual de catalogação: pintura, escultura, desenho, gravura. Rio de Janeiro: MinC/IPHAN/Museu Nacional de Belas-Artes, 1995.

LEMOS, Carlos. A Imaginária Paulista. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1999.

MARINO, João. Iconografia de Nossa Senhora e dos Santos. São Paulo: Banco Safra, 1996.

TAVARES, Jorge Campos. Dicionário de Santos: hagiológico, iconográfico, de atributos, de artes e profissões, de padroados, de compositores de música religiosa. Porto: Lello & Irmão, 2004.

NORA, Pierre. “Memória: da liberdade à tirania”. MUSAS – Revista Brasileira de Museus e Museologia, n. 4, 2009. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Museus, 2009.

 

Número de participantes

20 vagas