VIII Seminário Nacional do Centro de Memória – Unicamp

Oficina 1: Arquivos online: práticas de memória, de ensino de História e de educação das sensibilidades

Os grandes arquivos públicos têm hoje, em maior ou menor grau, publicado imagens de documentos online, que circulam amplamente na rede mundial, multiplicadas pelas redes sociais. Como está se configurando esse movimento, que vem fazendo com que os arquivos saiam de seu anonimato e se insiram na cultura escolar e nas mídias? Como navegar nesse universo e nele criar experiências de produção de conhecimento histórico educacional? Movido por essas perguntas, esse curso se propõe a analisar um conjunto de projetos de educação patrimonial em arquivos públicos, nacionais e internacionais, que utilizam a internet em suas atividades educacionais.

 

Para tal, tomaremos como objeto de pesquisa os próprios sites de arquivos públicos nacionais e internacionais, explorados através de percursos virtuais, de forma articulada à apresentação da literatura recente produzida por arquivistas e pesquisadores de ensino de História, no que se refere às relações entre arquivos e educação. Esses dois conjuntos de produções discursivas, ao serem entrecruzados, fazem emergir uma rede de discursos e práticas prevalecentes na literatura e nas práticas recentes das aproximações entre arquivos e educação, cujos pressupostos serão investigados. Nesses movimentos, os sites de arquivos públicos serão vistos a partir da ótica da educação patrimonial, do ensino de História, da produção de conhecimentos históricos educacionais e da educação das sensibilidades.

 

O referencial bibliográfico do curso, tendo em vista articular diálogos metodológicos de autores que se debruçam sobre essa temática, entrecruza produções das áreas da arquivística, da história cultural e da educação, em algumas de suas aproximações e confrontos. Como horizonte, propõe-se a ampliar as possibilidades de experiências de educação em arquivos que estimulem leituras plurais e inventivas de seus registros, cujos conjuntos vêm sendo publicados nos sites de arquivos públicos e divulgados nas mídias contemporâneas.

 

Bibliografia:

BENJAMIN, Walter. Passagens. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2007.

CAMARGO, A. M. de A. Os arquivos e o acesso à verdade. In: SANTOS, C. M. et. al. Desarquivando a ditadura. Memória e Justiça no Brasil, v. 2. São Paulo: Hucitec, 2009.

CANCLINI, N. G. Leitores, espectadores e internautas. São Paulo: Iluminuras, 1998.

GALZERANI, M. C. B. A produção de saberes históricos escolares: o lugar das memórias. In: O Historiador e seu tempo. Unesp, 2008.

_____________. Pesquisa em ensino de História: saberes e poderes na contemporaneidade. In: Silva, M. (org.) História. Que ensino é esse.  Campinas: Papirus, 2013.

HUYSSEN, A. Seduzidos pela memória. Arquitetura, monumentos, Mídia. RJ: Aeroplano, 2000.

KOYAMA, A. C. Arquivos online: ação educativa no universo virtual. São Paulo: ARQ-SP, 2015.

MATTOZZI, I. Didática da História e educação para o patrimônio. Revista Nova Escola, Edição 263. São Paulo: Ed. Abril, Junho/Julho 2013.

MENESES, U. T. B. de. A crise da memória, História e Documento. Reflexões para um tempo de transformações. Arquivos, patrimônio e memória: trajetórias e perspectivas. São Paulo: Unesp-Fapesp, 1999, p. 11-29.

NORA, Pierre. “Missions et enjeux des archives dans les sociétés contemporaines”. In : Comma, 2003, 2/3, p 47-49. Paris: International Council of Archives, 2003.

REVERTÉ-VIDAL, M. P. Patrimônio documental como recurso didático. Revista de Educação Pública, Cuiabá, v. 16, n. 31, p. 119-137, 2007.

SMOLKA, A. L. B. Experiência e discurso como lugares de memória: a escola e a produção de lugares comuns. Pro-Posições, v. 17, n. 2 (50), 2006. Campinas: Unicamp.

TAYLOR, Hugh A. Clio in the Raw: Archival Materials and the Teaching of History. The American Archivist 35, julho/outubro 1972, p.317-330.

THOMPSON, Edward Palmer. Costumes em Comum: Estudos Sobre a Cultura Popular Tradicional. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

VESENTINI, C. A. A teia do fato: uma proposta de estudo sobre a memória histórica. São Paulo: Hucitec, 1997.

 

Número de participantes:

20 vagas